Oh Oslo devotion
by
Ricardo N. Leal
Tuesday, May 19, 2009
Não sei o que nos leva a considerar se uma cidade pode ser qualificada num determinado género. Se a densidade ou compactidade, cor ou luminosidade, tudo combinado, pode generar um carácter masculino ou feminino. Se o que qualifica a cidade é, em si, o seu contexto fisico, ou o modo como as pessoas nela vivem – o modo como se abre ou fecha e elas a recebem, o modo como com ela se relacionam ou como são activa-passivamente levadas a isso. Se é o primeiro que é determinante no segundo, ou o segundo estruturante do primeiro.
Não sei o que me leva a conseguir achar que uma cidade é mais sensual ou mais refinada, sem saber se isso se deve propriamente à cidade, ou ao que é nela circunstancialmente impresso pelas pessoas.
Mesmo assim, para mim, Oslo, com árvores elegantes e edifícios castanhos que pairam em camadas homogéneas e estratificadas daquilo que tu comparaste com "pó de açúcar", é definitivamente feminina.
in the build up
Também sei que a minha percepção de uma cidade se deve em muito às pessoas com quem se partilham as primeiras impressões. Se deve bastante ao ter chegado e saído de Oslo de madrugada, com uma luz em modo crescente. Se deve ainda mais ao "Blºa", e ao respectivo concerto de Buraka (porque não existe nada mais bonito e inspirador do que ver um grupo de noruegueses polidos comportar-se quando se lhes salta a tampa.)
No entanto, apesar de cosmopolita, culta e inteligente, com um nível de vida claramente acima da média e onde tudo é estupidamente caro - (e apesar ainda dos glaciares no limbo das platibandas a ameaçar a vida das pessoas, não fossem umas "bandeiras" esfarrapadas a avisar os mais distraidos) -, engana na sua dimensão. É verdadeiramente grande mas relativamente dispersa. Tudo se concentra num centro que, pela escala que tem, indicia uma dimensão muito maior daquela que na verdade possui; e pela não existência de um "legado histórico visível", não deixa perceber a raiz ou identidade da cidade, o que não deixa de ser algo "perturbador" para um europeu.
A minha "Oslo" será para sempre relativizada a refeições com puré, pessoas Bonitas, saudáveis e incrivelmente simpáticas. Serões com bom vinho, onde cinema e música são o tema de conversa predominante... Pequenos-almoços calorosamente reconfortantes... Bares extremamente bem decorados (ou extremamente bem vandalizados. :) ) e uma atmosfera de anos 60.
No fundo, uma "cidade" (no termo abrangente que refiro no início) que, em 3 dias, tem a capacidade de te fazer sentir em casa, só pode ser amor. E isso não tem preço.
in the build up
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One world continues indifferently, unmoved and unchanged, while another spills into it, filling all the cracks and chinks between objects with the swirling indefiniteness of a wanton becoming.
oh...
ReplyDeleteeste post é tão lamechas! :)